terça-feira, 3 de abril de 2007

SMACK



SMACK -Ao-vivo no Mosh



Quem poderia imaginar que uma banda formada no meio dos anos oitenta, poderia influenciar, vinte anos depois, uma nova safra de bandas do underground paulista. Como os intelectuais dizem por aí: "Nada se cria, tudo se copia"; o Smack era fruto de uma forte influência das bandas inglesas do pós-punk(Gang of Four,Television..), ainda "hoje" seus discos parecem ter sido lançados "ontem", tanta a síntese de vanguarda apresentada em seus dois únicos LPS. A banda era uma reunião de amigos prontos para se divertir e lançar novos olhos para uma tendência mundial na época, músicas tristes com melodias ricas, fruto da influência dos ingleses pós-modernos. Lembro quando escutei e me impressionei com o primeiro disco deles "Ao-vivo no Mosh", lançado em 1985 pelo lendário selo Baratso Afins de São Paulo, a primeira audição foi meia estranha, desconfiado e imaginando ser alguma nova banda londrina, deixei um pouco de lado...naquela época era muito difícil conseguir tais discos e para comprar, só por reembolso postal, mandando carta para a Baratos Afins e esperar por resposta...mas, não sei como, o "Piranha"(?????) conseguiu comprar o disco, acho que foi na Pop Som(talvez não!!), era tão estranho o conceito da obra, pois o disco era em formato 45 rpm, depois me dei conta que a Baratos tinha outros discos lançados desta forma, como o primeiro das Mercenárias, após pegar milhares de vezes emprestado o disco, resolvi gravar uma fita e ouvir incessantemente no meu walkman e......para minha sorte, a banda lança em 1986 o seu segundo LP chamado "Noite e Dia", novamente achei um pouco estranho, mas levei em conta os experimentalismos e o clima soturno do disco, a Ipanema FM chegou a tocar a música "Cavalos", mas depois sumiu. Novamente gastei o vinil(era do Piranha também) de tanto escutar e gravei uma fita com os dois discos(comum na época!!!), hoje após vinte anos de experimentalismos nas áreas sonoras, alcóolicas e drogas(poucas!!)... entendo perfeitamente a intenção da banda, hoje ouço bandas novas e, enxergo as bandas velhas..tal a influência(ou cópia) delas.

A Baratos Afins lançou os dois discos da banda: "Ao Vivo No Mosh" é o primeiro (sendo que Mosh é o nome do estúdio em que o disco foi gravado), com uma temática explicitamente junkie (não é à toa que a capa do disco se parece com a capa do single "Cold Turkey", de John Lennon, que fala abertamente sobre heroína) e capta os músicos na sua melhor forma, principalmente Edgard, que solta as feras em solos rasgantes e minimalistas, fazendo um trabalho de guitarra diferente do que ele fazia no Ira! até então. O melhor das Mercenárias sempre foi o baixo de Sandra Coutinho, e aqui ela não deixa por menos. Pappon era o menos dotado dos músicos, mas a simbiose entre os integrantes foi tão perfeita que neste álbum ele se supera.
Algumas das melhores canções do underground paulista (e brasileiro) estão reunidas neste disco: "Fora Daqui", "Clone", "Faça Umas Compras" (esta de Edgard, uma de suas melhores composições desde sempre) e "Desespero Juvenil".

Músicas: 1.Fora daqui/2.Onde li/3.Clone/4.Desespero Juvenil/5.#4/6.16 horas e pouco/7.Limite eternidade/8.Faça umas compras/9.Chance de fuga/10.Mediocridade afinal.

download:http://www.badongo.com/file/2199725



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